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terça-feira, 29 de novembro de 2016

EBC | Ensine seu filho a respeitar a natureza e as pessoas

Por volta dos cinco anos, as crianças começam a observar com mais clareza e curiosidade o mundo ao seu redor. Passa a fazer perguntas sobre todas as coisas e desenvolve teorias para os fenômenos que vê.
É muito importante aproveitar esse momento-chave para fazê-lo conhecer e respeitar a natureza e as pessoas que o rodeiam. O Guia da Família produzido pelo programa Primeira Infância Melhor, do Rio Grande do Sul, traz algumas dicas nesse sentido. Confira:
A criança deve aprender a conhecer a natureza, preservá-la e apreciar sua beleza.
Permita que seu filho cuide sozinho de pequenas plantas e observe o que faz durante essa atividade.
Nesta idade são comuns perguntas como: “Por que o sol se esconde?”, “De onde sai a água?”, “De onde vem meu irmãozinho?”. Explique de forma simples e verdadeira. Caso não saiba a resposta, diga que vai descobrir e depois lhe dizer. E faça isso mesmo. O mais importante é não deixar nenhuma pergunta sem resposta.
Desde pequeno, seu filho gostará de fazer experimentos:
1) Coloque um grão de feijão sobre um algodão úmido. Observe durante vários dias junto com ele, para que diga o que acontece.
2) Por que a roupa seca quando o sol esquenta?
Ensine-o a cuidar dos jardins, parques e pátios que você visita com ele. Assim aprenderá a respeitar a natureza e conservar sua beleza.
A criança convive em um meio social que começa com a própria família e a casa. Ensine seu filho a conviver, conhecer e a respeitar o seu ambiente.
Comente com ele como está formada sua família, o que cada um faz na casa e no trabalho.
Pouco a pouco seu filho vai conhecer onde vive e os lugares mais importantes. Faça com que se sinta parte de sua comunidade, participando das atividades do bairro.
Fale com ele sobre os diferentes trabalhos e profissões que as pessoas próximas a ele realizam: professor, médico, enfermeira, padeiro, pintor e agricultor.
Saliente o respeito e a consideração que todos merecem.
Incentive seu filho a manter relações de igualdade e de respeito com as pessoas.
A diversidade chama a atenção da criança nesta idade. É importante que você saiba tolerar e compreender essas diferenças, pois assim estará ajudando seu filho a conviver sem preconceitos e a conviver melhor com todos. Converse com seu filho sobre as diferenças que existem entre as pessoas e que elas devem ser respeitadas. Também é fundamental que ele compreenda que todos têm direitos iguais; independente de características étnicas, religiosas, identidade sexual, faixa etária, nível socioeconômico e cultural.

EBC | A importância de dizer "não" para as crianças

Limite é diferente de castigo. Dar limite às crianças significa dizer claramente o que é permitido e o que não é, seguindo uma regra rígida, imutável.

Delimitar as possibilidades na vida das crianças faz com que ela se sinta segura. Sendo assim, o castigo deixa de ser necessário.

Conheça a opinião da psicanalista Ruth Cohen sobre o assunto:
 


EBC | A importância de dizer "não" para as crianças

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Polêmicas e Curiosidades: Palavrões em Músicas: Liberdade de Expressão ou Imoralidade Explícita?

Estou escrevendo essa postagem porque, como a maioria das pessoas decentes desse país, eu não aguento mais! Não aguento mais a falta de educação e bom senso de algumas pessoas que, sem ter o mínimo de coerência e respeito pelos que estão a sua volta, manifestam suas preferências "culturais" em qualquer lugar sem se importarem com os direitos e o conforto auditivo dos cidadãos de bem que estão por perto. Estou falando dos indivíduos completamente sem noção que invadem lugares públicos com seus malditos aparelhos sonoros entupindo nossos ouvidos com todos os tipos de lixo fonográfico existentes atualmente.
Muitas vezes questiono comigo mesmo: Quem é o culpado da coisa ter chegado a esse ponto? Os "músicos" e as gravadoras que não têm mais, ou nunca tiveram, amor pela verdadeira arte e que só estão mesmo interessados em ganhar dinheiro? O público deles que é tremendamente inculto e ignorante? Ou o governo que é muito liberal e incapaz de defender a moral e a decência para que haja realmente ordem e progresso nesse país? Não sou preconceituoso em relação a nenhum estilo musical; não tenho nada contra as preferências de ninguém; e também não defendo a ditadura governamental. Mas, sinceramente, está difícil conviver com certos indivíduos que são, ou pelo menos demonstram ser, incapazes e indignos do convívio em sociedade.
As mulheres decentes, as crianças inocentes e todas as pessoas que defendem a ética e a moral, independentemente de serem esses valores religiosos ou não, são cruelmente agredidos e massacrados diariamente por palavreados de baixo calão que generalizadamente visam a indução à atitudes pornográficas. Sei que a tendência é piorar, e se a coisa continuar indo nesse ritmo, logo esses sujeitos vão praticar atos sexuais no meio da rua e ninguém poderá falar nada, porque se falarmos seremos presos, pois nós é que estamos errados por estarmos sendo muito radicais e demasiadamente repreensivos contra essas pobres "vítimas" desse sistema opressor que não estão fazendo nada demais, só estão se divertindo um pouco.
Me lembro de uns dez anos atrás: eu também curtia as baladas; gostava muito de RAP, pois o HIP HOP sempre foi o melhor e mais eficiente movimento cultural-ativista de nossa era contemporânea. Me lembro também de como nós éramos perseguidos pela polícia e "chicoteados" pela imprensa simplesmente porque protestávamos contra a violência militar, a opressão política, a hipocrisia capitalista, as desigualdades sociais e as injustiças de um modo geral. Hoje a realidade desse movimento está um pouco diferente porque muitos rappers se venderam e poucos prosseguem defendendo a ideologia dos negros, dos pobres e dos injustiçados. Porém, o que quero destacar com isso é o fato de que qualquer palavrão inserido em uma letra de RAP era motivo para escândalo e revolta por parte da sociedade. Mas essa mesma sociedade hoje aplaude a linguagem podre das músicas atuais, dá risada quando vê uma criança semi-nua rebolando, leva na brincadeira quando duplas sertanejas chamam as mulheres de piranhas, fica indignada quando um funkeiro é preso por induzir jovens ao crime, se diverte com forrós que valorizam somente o lado sexual feminino, vibra com o axé que expõe a mulher brasileira como simples objeto de prazer, se emociona com o samba e o pagode que são incentivadores à infidelidade conjugal e defendem dezenas de outros tipos de músicas que são simplesmente instrumentos satânicos de degradação e ridicularização de um povo que trabalha duramente para sobreviver.
Será que estou sendo muito radical e demasiadamente repreensivo? Pois saiba que assim como você, e como eles também, sou apenas mais uma vítima sobrevivente que não se conforma com esse inculto sistema cultural brasileiro que nada mais é do que uma imensa fábrica de ignorantes, imorais, perversos e falsos cristãos, cujos grandes objetivos de sua vida se resumem em diversão momentânea e nada mais! É, só pra terminar, quero deixar bem claro uma coisa: se você é uma dessas pessoas que defendem o uso de palavrões, gestos ou outros tipos de expressões imorais, saiba que mesmo que você não me respeite, eu continuarei te respeitando e não vou impor a você ter que ouvir em nenhum lugar público as músicas que eu gosto, embora elas seriam muito boas para o desenvolvimento mental e espiritual de sua pessoa porque apenas transmitem conteúdo cristão. Porém, somente te peço uma coisa: Pelo amor de Deus, prove que é civilizado e compre um par de fones de ouvido!

terça-feira, 22 de novembro de 2016

MEC vai lançar curso de formação em direitos humanos para professores | Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) pretende lançar um curso de direitos humanos para professores da educação básica. A informação é do diretor de Políticas de Educação em Direitos Humanos e Cidadania, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Daniel de Aquino Ximenes.
Segundo ele, o treinamento terá módulos de estudo online nos quais os professores terão acesso a temas como racismo, homofobia e bullying. A intenção é que eles tenham subsídio tanto para lidar com essas questões na escola quanto para levar os temas para a sala de aula.
"Educação em direitos humanos é um guarda-chuva amplo que trata de bullying e violências, de ética e cidadania, de garantias de direitos, racismo, violência contra a mulher" e temas afins, disse o diretor à Agência Brasil.
O curso será destinado a professores do ensino fundamental e médio. Ao participar eles receberão uma certificação, que poderá ser de extensão aperfeiçoamento ou até mesmo especialização, o que ainda será definido. As aulas deverão ser elaboradas no ano que vem por universidades e entidades, ainda a serem definidas, e começarão a ser disponibilizadas a partir do segundo semestre de 2017.
O curso deverá estar completo em 2018. A formação em direitos humanos está ainda em definição final no MEC e deverá, de acordo com Ximenes, ser lançada por meio de portaria até dezembro. As aulas serão abertas e acessíveis também aos professores que não estão fazendo o curso, a diretores e a toda a comunidade escolar.
"O professor e a direção da escola, por exemplo, podem se apropriar daquele módulo, daquele conteúdo e ter um elemento que possa ser útil para a realidade do dia a dia", diz Ximenes. Segundo ele o material inclusive é apropriado à faixa etária. “Se ele for professor do ensino médio, terá um material com linguagem jovial, para que ele possa usar em sala de aula".
Pacto universitário
Em oura iniciativa do setor, o MEC lançará nesta quinta-feira (24) o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade de Cultura da Paz e Direitos Humanos, que pretende incentivar instituições públicas e privadas de ensino superior a desenvolver projetos voltados à defesa dos direitos humanos.
"Qualquer instituição poderá aderir e desenvolver atividades que sejam demonstradas no ensino, pesquisa, extensão e convivência", diz Ximenes. As instituições terão 90 dias para elaborar propostas e depois terão que enviar relatório de acompanhamento a cada seis meses. Os projetos bem sucedidos receberão um selo de respeito à diversidade. O MEC vai também apoiar na criação de linhas de pesquisa e extensão dentro da temática.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A Importância Da Pontuação

A experiência de sala de aula, como professora de Língua Portuguesa do Ensino Médio, tem com freqüência mostrado o quanto é necessário rever alguns procedimentos bem como estabelecer novas metodologias no ensino da língua materna, no sentido de fazer dessa língua um objeto de estudo não só prazeroso como também um instrumento eficiente e eficaz para a leitura, a compreensão e a produção de textos de diferentes gêneros.
Dada a natureza deste evento, nosso olhar estará dirigido diretamente para o texto literário, como indica o próprio título de nossa comunicação.
Se, até meados dos anos 60, o ensino de Língua Portuguesa se orientava por uma perspectiva gramatical que parecia adequada naquele momento, pelo fato de os alunos que freqüentavam a escola já dominarem uma variedade lingüística próxima à de prestígio social, a mudança da população escolar revelou que tal modelo passou a mostrar-se pouco eficiente, dada a falta de domínio em relação à norma padrão pelo novo contingente de alunos que veio freqüentar a escola.
A necessidade de mudar o enfoque do ensino da língua fez com que diferentes abordagens surgissem ao longo dos últimos anos. Do tecnicismo que marcou os anos 70, quando a língua assumiu a condição de simples instrumento de comunicação, visão esta que resultou no ensino de técnicas de redação, exercícios estruturais e treinamento de habilidades de leitura, esforços para mudanças no ensino vêm sendo feitos, manifestados através de políticas educacionais.
Desde os anos 80, o ensino da Língua Portuguesa tem sido o centro da descrição acerca da necessidade de melhorar a educação no país, do ensino fundamental ao universitário. No ensino fundamental, os índices brasileiros de repetência nas séries iniciais estão diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar os alunos a ler e a escrever. No nível universitário, a dificuldade de os alunos, muitas vezes, compreenderem os textos propostos para leitura e de organizarem idéias por escrito tem-se apresentado uma realidade enfrentada, inclusive no curso de Letras.
Vários estudos realizados vêm apontando caminhos para o ensino da Língua Portuguesa, e observa-se haver um consenso entre estudiosos e pesquisadores de que tal ensino deva pautar-se em dois eixos principais: leitura e escrita. Tal posição está presente também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), que consideram ser o texto a unidade básica do ensino da língua.
Sabemos, porém, não ser essa a realidade que se mostra freqüente na sala de aula. O conteúdo gramatical continua a ocupar o centro das aulas, totalmente desvinculado, por exemplo, da produção escrita. Sobre o trabalho com o texto, funciona este, com freqüência, como mero pretexto para a abordagem de tópicos gramaticais. Cabe ainda considerar que, especialmente no ensino médio, professores distintos, e nem sempre afinados na maneira de ver o ensino da língua, ministram separadamente Gramática, Literatura e Redação. Essa tripartição, especialmente quando ocorre a falta de sintonia metodológica entre os professores, dificulta, e muito, a visão global do aluno, na medida em que isola a gramática da leitura e da produção textual; o texto literário, então, normalmente é tratado como um mecanismo à parte, como se ele não se construísse com base na gramática da língua: pela confirmação das regras ou pelo desvio de valor estilístico.
A partir dessas questões expostas, mostra-se imperiosa a necessidade de fazer com que o aluno perceba a relação estreita que existe entre o conhecimento gramatical, a leitura e a produção escrita. Gramática não como um fim, mas como um meio através do qual o aluno desenvolve sua capacidade de expressão, assumindo uma postura cidadã.Não um emaranhado de regras que aprisiona e tolhe o uso, mas um instrumento vivo e rico, capaz de ser administrado de maneira funcional e criativa.
Nesse quadrante da funcionalidade e da criatividade, entendemos dever estar situado o tratamento a ser dado ao uso dos diferentes sinais de pontuação, o que também não é comum de ser visto no dia-a-dia do trabalho docente.
Aspectos ligados à pontuação vêm despertando o nosso interesse e a nossa curiosidade já há algum tempo. A necessidade de estabelecer um olhar mais cuidadoso para esse tópico mostra-se essencial, dado o importante papel que desempenha na aprendizagem e no desenvolvimento da leitura e da escrita.
No dizer do professor Evanildo Bechara, os sinais de pontuação “constituem hoje peça fundamental da comunicação e se impõem como objeto de estudo e de aprendizado.” (BECHARA: 1999)
Ao levar em conta os livros didáticos adotados com mais freqüência nas escolas de ensino médio, percebemos que a preocupação maior é a memorização de regras sintáticas no emprego dos diferentes sinais: os casos de uso obrigatório e proibido da vírgula e do ponto-e-vírgula, o emprego das aspas, do ponto de exclamação, entre tantos outros enumerados. Embora costumem iniciar o estudo da pontuação, estabelecendo sua relação com a oralidade, fica evidente, na explicitação das regras apresentadas, que a relação entre o oral e o escrito acaba por perder-se, uma vez que critérios sintáticos são assumidos como os únicos cabíveis. A entoação, o ritmo sintático da fala são desconsiderados, o que acaba por dificultar a visão mais ampla que o aluno deveria apresentar no contato que estabelece com o texto escrito, tanto na condição de leitor quanto na de produtor.
Tal procedimento, como bem demonstram as avaliações escolares em diferentes níveis, não tem garantido resultados satisfatórios, considerando-se as últimas pesquisas realizadas, que buscaram determinar a capacidade de compreensão que o aluno demonstra daquilo que lê, além das já costumeiras referências às dificuldades reveladas na escrita, em especial nas respostas dadas às questões de provas discursivas.
Estando, pois, preso ao padrão sintático que o livro didático lhe oferece como referência, dificilmente o professor aborda a finalidade estética do uso da pontuação, tão presente nos textos em que essa finalidade se apresenta como objetivo maior. Os usos “inesperados”, presentes nos textos literários, costumam ser apresentados como “licença poética”, rótulo no qual tudo acaba por vir a caber.
Diante desse fato, é muito comum ouvirmos do aluno questionamentos acerca do emprego de alguma vírgula de algum ponto fora dos lugares a eles determinados pelas gramáticas tradicionais. Daí advêm comentários, tais como: “O Drummond pode usar desse modo; se eu usasse na minha redação, estaria errado!”.
Realmente não pode ser outra, senão essa, a conclusão a que o aluno vai chegar sobre o emprego dos sinais de pontuação: ele, aluno, que foi, todo o tempo, obrigado a decorar regras de uso dos sinais de pontuação; que teve sua redação corrigida sempre que não obedecia a essas regras, num dado momento, vê-se diante de um texto que contraria muito daquilo que lhe foi ensinado, apresentado de maneira tão positiva, tão elogiosa pelo professor. Pergunta-se: o aluno está errado na sua observação? Certamente que não. Para ele, somente aos escritores, seres dotados de um poder supremo, é dado o poder de efetuar as escolhas que melhor lhes aprouver; é dado o direito de obedecer ao padrão gramatical ou de subvertê-lo. O que se vê, nesses casos, são procedimentos diferentes, como que saindo de uma cartola mágica, colocados nas mãos do aluno, que, em nenhum momento anterior, sequer ouvira sobre tais possibilidades de uso.
Não sabe, pois, o aluno que qualquer falante que domina a estrutura e as idiossincrasias de sua língua é capaz de fazer desta o uso que julgar mais adequado à situação na qual se encontra como autor: na produção de um texto científico ou de um texto burocrático, sua postura será uma; em se tratando de um texto literário, será outra a atitude.
Ao lado desse cuidado, vale dizer ainda que, no trabalho com textos em sala, em atividades de leitura, de compreensão e de interpretação, seja com textos literários ou não-literários, o uso que os autores fazem dos sinais gráficos não costuma ocupar lugar de destaque. Poucas são as vezes em que o professor conduz seu trabalho visando relacionar a pontuação à produção do sentido do texto em pauta; destacar o ritmo como efeito do uso dos sinais; chamar a atenção para o uso literário da pontuação. Por conseguinte, dificilmente o aluno, por si só, poderá perceber a relevância dos diferentes usos, e, muito menos, transferir para o texto que produz esses recursos.
Voltando aos livros didáticos, os exercícios apresentados normalmente conduzem o aluno a “pontuar convenientemente!” frases apresentadas, que nenhuma relação de sentido estabelecem entre si. Portanto, ver a pontuação no texto, como fator responsável pela produção de sentido, mostra-se distante, dado que o universo apresentado não ultrapassa o limite da frase. Não sendo o texto um conjunto aleatório de frases, mas um todo organizado no qual as frases se relacionam de maneira coerente nos planos micro e macro textual, a dificuldade que o aluno encontra com a pontuação no texto mostra-se evidente.
Diante desse quadro, cabe, portanto, ao professor apresentar condições para que tais problemas possam ser resolvidos e, a partir daí, fazer com que o aluno possa melhorar se desempenho como leitor e como autor, dando à pontuação o destaque que o assunto efetivamente deve ter.
No texto literário, a questão estética, a expressividade do uso dos sinais gráficos não podem ser relegadas. Segundo Coseriu, se há no discurso literário um desvio proposital da norma, seu efeito, além de agradável ao leitor, é essencial à tessitura da obra. Assim sendo, vírgulas, pontos de exclamação, reticências, colocados fora dos padrões sintáticos habituais, não podem ser desconsiderados, uma vez que são determinantes na produção de sentido do texto.
Entendido como recorte de uma realidade, em um determinado momento histórico, a partir de dadas condições de produção, o texto materializa todos esses fatores condicionantes. No caso específico da pontuação, ao lado do padrão sintático-semântico, não é possível desconsiderar o modelo rítmico-semântico, presente em textos consagrados.
Ao ler, por exemplo, Guimarães Rosa, o aprisionamento do leitor desavisado ao padrão sintático-semântico da pontuação poderia trazer dificuldades na compreensão do texto rosiano, pelo fato de ser o ritmo o foco da construção do referido autor. Se buscarmos textos medievais, certamente poderemos estabelecer paralelos interessantes entre a produção textual da Idade Média e de Guimarães. Será, portanto, possível considerar que a revolução da prosa rosiana se encontra, em certa medida, com o resgate da tradição medieval como elemento de ruptura com a forma de contar, corrente em seu tempo.
No âmbito da literatura portuguesa, o mesmo pode ser referido em relação a José Saramago. A estruturação do texto em blocos compactos muito lembra a organização textual característica da Idade Média.
Ainda sobre ruptura, não se pode deixar de considerar a obra de Machado de Assis. Em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, no capítulo LV, “O Velho Diálogo de Adão e Eva”, a pontuação é o texto ; a substituta plena da palavra. O sentido constrói-se a partir da distribuição dos sinais gráficos e da relação que estabelecem entre si, a partir dos personagens diretamente envolvidos (Brás Cubas e Virgília). A extensão das reticências e os demais sinais empregados são, por si sós, capazes de fazer com que o leitor recupere o conteúdo sugerido, com base no conhecimento compartilhado de mundo. O mesmo procedimento ocorre no capítulo CXXXIX, “De como não fui ministro de Estado”, na mesma obra.
Com relação aos poetas românticos, é notável o emprego de travessões, de exclamações, de reticências para enfatizar suas idéias e emoções. Em Castro Alves, por exemplo, a grandiloqüência e o tom hiperbólico, que o caracterizam, revelam-se também através da pontuação. A exacerbação dos sentimentos, tão própria da poesia romântica, encontra-se marcadamente demonstrada com o emprego de sinais combinados, como exclamação e reticências, revelando o esforço de externar a intensidade da emoção vivida.
É importante destacar que o uso dos sinais de pontuação implica também a supressão deles. Assim, não empregar os sinais esperados também pode constituir efeito estilístico, permitindo, inclusive, mais de uma leitura.
Entre os autores que utilizaram tal recurso, cita-se Mário de Andrade. Em “Macunaíma”, a enumeração com nomes de coisas da mesma espécie sem separação por vírgulas constitui um procedimento a destacar.
A supressão de sinais gráficos acha-se presente também em Clarice Lispector, como recurso de representação do fluxo do pensamento do personagem.
Conclui-se, pois, que , no caso específico do texto literário, mostra-se freqüente uma atitude caracteristicamente pessoal do uso da pontuação, na produção de efeitos expressivos. Portanto, do mesmo modo que existe uma língua literária dentro da língua escrita corrente, existe uma pontuação literária dentro do sistema de pontuação corrente. Proceder o autor dentro de um padrão sintático-semântico ou rítmico-semântico, ao pontuar o texto, ou não fazer uso de qualquer sinal gráfico, dependerá da intenção daquele que produz o texto.
A maneira como a pontuação é normalmente trabalhada impede que o aluno perceba tais questões, já que, fora do espaço da memorização de regras, praticamente nada existe que possibilite a reflexão sobre as escolhas dos autores.
Fica, assim o aluno impedido de saborear o texto, de deliciar-se com os recursos utilizados e de ver-se capaz de também produzir textos tão ricos e envolventes, se este for o seu propósito.
Não sejamos nós, professores preocupados com tais questões, os responsáveis por esses impedimentos desastrosos. Não privemos nossos alunos do direito de conhecer, da maneira mais plena possível, a riqueza dos recursos de que é dotada a nossa língua.

Tania Maria Nunes de Lima Camara (UNISUAM)

REFERÊNCIAS

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.
CAL, Ernesto Guerra da. Lengua y estilo de Eça de Queiroz. Universidade, 1954.
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. São Paulo: Ática, 1985.
LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 31ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992.
LIMA, Mário Pereira de Souza. Gramática expositiva da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1937.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MARTINS, Nilce Sant’Anna. Introdução à estilística. 2ª ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 1997.
NASCENTES, Antenor. O idioma nacional. 3ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica. 1960.
RIBEIRO, Ernesto Carneiro. Estudos gramaticais e filológicos. Salvador: Livraria Progresso, vol.3, 1957.
Fonte: www.filologia.org.br

100 Erros De Português

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. Veja os cem erros mais comuns do português e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
1 - "Mal cheiro", "mau - humorado". Mal opõe - se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal - humorado (bem - humorado). Igualmente: mau humor, mal - intencionado, mau jeito, mal - estar.
- "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
- "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
- Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa - se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
- "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
- "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
- "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere - se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem - vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei - o para você. Também: Deixe - os sair, mandou - nos entrar, viu - a, mandou - me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga - se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam - se casas. / Fazem - se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram - se terrenos. / Procuram - se empregados.
19 - "Tratam - se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata - se dos melhores profissionais. / Precisa - se de empregados. / Apela - se para todos. / Conta - se com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia - se (inaugura - se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram - se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga - se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio - ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão - de - obra, matéria - prima, infra - estrutura, primeira - dama, vale - refeição, meio - de - campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam - o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam - no. / Dão - nos, convidam - na, põe - nos, impõem - nos.
50 - Vocês "fariam - lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far - lhe - iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá - se"). / Os amigos nos darão (e não "darão - nos") um presente. / Tendo - me formado (e nunca tendo "formado - me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa - se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar - se (ou sentar) em é sentar - se em cima de. Veja o certo: Sentou - se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais - que - perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo - se - os, não se o diz (não se diz isso), vê - se - a, etc.
63 - Acordos "políticos - partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político - partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde - amarelas, medidas econômico - financeiras, partidos social - democratas.
64 - Fique "tranquilo". O u é pronunciável depois de q e g e antes de e e i.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto. 67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei - o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei - o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram - se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero - quilômetro, zero hora.
72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam - se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver - se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou - me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram - me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê - lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio - dia, já é meia - noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu - se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre - se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Fonte: www.nautilus.com.br

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

MEC premia melhores iniciativas de combate ao Aedes aegypti em escolas

Governo avalia ações do Plano Nacional de Educação nos últimos dois anos

09/11/2016 - 18:18 - Aumentar investimentos na educação infantil e na construção de creches são prioridades para os próximos anos. Iniciativa também busca garantir a conclusão dos estudos dos jovens brasileiros. 

MEC premia melhores iniciativas de combate ao Aedes aegypti em escolas
09/11/2016 - 19:00 - Estudantes de todo o país usaram a imaginação para mostrar a importância de combater o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. No total, foram premiados 22 trabalhos. 

Brasil construirá escola de formação profissional no Haiti

09/11/2016 - 18:54 - Governo brasileiro irá construir escola com cursos profissionalizantes no Haiti. Iniciativa terá apoio do Senai e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) - serão oferecidos cursos de engenharia civil, costura, eletricidade, entre outros. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

AGORA É LEI: NOÇÕES DA LEI MARIA DA PENHA DEVERÃO SER ENSINADAS NAS ESCOLAS

Conscientizar estudantes e professores sobre a importância de promover a igualdade de gênero, prevenindo a violência contra a mulher. Esse é objetivo da Lei 7.477/16 que cria o programa “Lei Maria da Penha vai à escola”, do deputado Carlos Minc (sem partido)
Conscientizar estudantes e professores sobre a importância de promover a igualdade de gênero, prevenindo a violência contra a mulher. Esse é objetivo da Lei 7.477/16 que cria o programa “Lei Maria da Penha vai à escola”, do deputado Carlos Minc (sem partido). A proposta é levar noções básicas de enfrentamento à violência contra a mulher para a rede estadual de ensino. A medida foi sancionada pelo governador em exercício Francisco Dornelles e publicada no Diário Oficial do Executivo desta terça-feira (1/11). 
Além de ensinar sobre os direitos que garantem a igualdade de gênero, a campanha também tem como objetivo divulgar disques-denúncia, como o SOS Mulher da Alerj (0800 282 0119), e alertar sobre a importância de registrar as ocorrências. De acordo com o texto, a realização de ações educativas devem acontecer durante todo o ano letivo, mas devem ser ampliadas no mês de março em alusão do Dia Internacional da Mulher. 
O deputado Carlos Minc (sem partido), autor da medida, explica porque é importante abordar o tema no ambiente escolar. “A violência contra a mulher é terrível, diária, cotidiana, e isso vem de uma cultura de violência, do machismo, do estupro. Por isso, é importante discutir essa lei num dos lugares onde isso tudo começa: a escola, onde é formada a mentalidade das crianças. Temos que dialogar com coisas que acontecem nesse ambiente, infelizmente, um lugar muito opressor”, argumenta Minc. 
O programa funcionará com uma parceria entre as secretarias de Educação e de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH). A iniciativa “Lei Maria da Penha vai à escola” contará, também, com o apoio do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), além de outras instituições de promoção de igualdade de gênero.