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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Frutas, biscoitos e iogurtes compõem lanche de 98,2% das crianças brasileiras | Agência Brasil

lanche saudável
Um estudo realizado de forma conjunta entre professores e pós-graduandos do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi (Hospital Infantil Sabará) e do curso de Nutrição da Universidade São Judas Tadeu, com o apoio da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), descreveu os hábitos alimentares de crianças em idade pré-escolar em relação ao consumo dos lanches intermediários, que são aqueles feitos entre as principais refeições.
De acordo com o estudo, o lanche intermediário foi consumido por 98,20% das crianças brasileiras, sendo compostos, em média, por três grupos de alimentos: frutas, biscoitos e iogurtes. O lanche da tarde foi mais frequente (96,69%) do que o lanche da manhã (71,17%). 
Foram analisadas as respostas dos pais ou responsáveis de 1.391 crianças, com idade entre 4 e 6 anos, de todas as regiões do Brasil. A pesquisa constatou também que o valor calórico desses lanches, considerando nível socioeconômico e gênero, estava de acordo com o preconizado (entre 180 e 270 kcal), variando de 190 a 250 quilocalorias (kcal). O lanche da manhã da região Centro-Oeste e o lanche da tarde da região Sudeste se mostraram abaixo da recomendação, com 146 kcal e 168 kcal. Os resultados servirão para orientar pediatras e nutricionistas.

leite
Conforme o estudo, crianças ingerem pouca quantidade de alimentos lácteosArquivo/Agência Brasil
O consumo de açúcar de adição, somadas às quantidades de açúcares do lanche da manhã e da tarde aproximou-se do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para dieta de uma criança de 4 a 6 anos: 22,5 gramas por dia.
Já a ingestão de frutas esteve presente em 98,8% das composições de lanches estudadas, que pode ser entendida como tendência de melhoria da educação nutricional no Brasil. O leite e bebidas à base de leite estiveram presentes em quase 10% das composições de lanches e o suco compôs 8,3% dos lanches intermediários estudados. O refrigerante apresentou frequência de ingestão próximo a 5% no lanche da tarde das crianças.
“Na maior parte das vezes, o lanche não é completo em todos os grupos que gostaríamos que fossem. Parte da alimentação tem grande parte de alimentos com grande quantidade de açúcar. As crianças não estão ingerindo frutas e os sucos que bebem são adoçados. Comem grande quantidade de cereais com muito açúcar, bolos e biscoitos recheados e ingerem pequena quantidade de alimentos lácteos”, disse Mauro Fisberg, um dos coordenadores do estudo e professor do Setor de Medicina do Adolescente da EPM/Unifesp.
Segundo ele, os reflexos negativos desses alimentos na saúde dependem muito da frequência do consumo, que, se for exagerado, pode gerar excesso de peso, obesidade e aumento de doenças crônicas. Por isso, ele destaca que é preciso educar os pais, já que o controle na escola é feito de forma razoável.
“Os maiores são mais difíceis de controlar porque têm maior condição de compra. Por isso, é preciso orientar os pais que organizam o lanche ou que permitem a compra. O lanche planejado é sempre melhor do que o colocado por acaso. Muitas famílias não planejam por causa de vários motivos, entre eles falta de tempo e de informação, maior dificuldade de preparar um lanche para toda família, que implica em planejar compra e planificar cardápio que nem sempre é possível em todos os casos”.
O lanche ideal
Conforme o Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), durante a idade pré-escolar é recomendado que sejam realizadas as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), com três lanches intermediários entre elas: lanches da manhã, tarde e noite, em horários regulares e com intervalos entre duas e três 3 horas, suficientes para que a criança sinta fome na próxima refeição.
De acordo com as recomendações dietéticas do Manual do Lanche Saudável da SBP, o lanche intermediário para ser considerado saudável deve ser composto por uma fruta, um tipo de carboidrato e um alimento fonte de proteína, quase sempre láctea. No caso das bebidas, que seja água ou sucos não adoçados. 

sábado, 24 de setembro de 2016

Ensino médio: estudantes querem melhor formação de professores e diálogo | Agência Brasil

Ensino médio Imagem de Arquivo/Agência Brasil
Principais atingidos pela reforma do ensino médio, estudantes têm muitas dúvidas sobre a medida provisória que institui o Novo Ensino Médio. Eles concordam que a etapa de ensino precisa de melhorias e apontam a formação dos professores e o diálogo como os principais caminhos. Após a publicação da MP 746/2016, a Agência Brasil conversou com alguns estudantes de escolas públicas e particulares.
“Vão retirar disciplinas? Eu sou contra. São conteúdos como sociologia e filosofia que estimulam o pensamento crítico. Eu vou poder escolher o que vou estudar? Vão ter várias opções de ensino técnico? Se forem poucas, não vai adiantar”, diz Jonathan Alves de Oliveira, 18 anos, estudante do 2º ano do Centro de Ensino Médio Setor Oeste, escola pública de Brasília.
Jonathan se descreve como interessado e alguém que aprende fácil. Atualmente, aluno do ensino médio noturno, diz que deixou o diurno porque não conseguia se concentrar. “É muita confusão, os estudantes são muito desinteressados, os professores ficam estressados”, diz.
A reforma ganhou destaque após a divulgação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino no país. Pelo segundo ano consecutivo, a meta estabelecida para o ensino médio não foi cumprida e a etapa está estagnada desde 2011. Uma reforma já está em tramitação na Câmara dos Deputados, por meio do Projeto de Lei (PL) 6480/2013. O governo justifica a edição de uma MP como forma de dar agilidade ao processo. Agora o Congresso terá 120 dias para decidir se aprova a medida.
Professores
“O ensino médio é cansativo e desinteressante. Parece que tudo na sala de aula fica desinteressante, muita gente larga porque é chato”, diz Marcos Fabrício da Silva, 18 anos, estudante do 2º ano do Setor Oeste. Segundo ele, o professor faz toda a diferença. “Quando o professor tem uma boa didática, tem intimidade com os estudantes, ele consegue dar uma ótima aula. A formação do professor faz toda a diferença”, acrescenta.
Atualmente, o ensino médio tem 8 milhões de alunos em escolas públicas e privadas. Segundo o Ministério da Educação, enquanto a taxa de abandono do ensino fundamental foi 1,9%, a do médio chegou a 6,8%. Já a reprovação no fundamental é 8,2%, frente a 11,5% no ensino médio.
Marcos foi um dos que largou o ensino médio por dois anos, por desinteresse. Voltou a estudar para buscar uma vaga no ensino superior, quer cursar comunicação social. “Tem aulas que o professor só nos faz copiar, não tem debate, não tem diálogo, isso é ruim. Por outro lado, têm professores que te fazem aprender e você não esquece mais. Os professores são mais importantes que toda uma reforma”, diz. Ao lado do colega, Jonathan concorda que o aprendizado depende dos professores.
Voz ativa
Rio de Janeiro- Estudantes circulam com rostos cobertos durante visita do presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Marcelo Chalréo, à ocupação na Secretaria Estadual de Educação (Fernando Frazão/Ag
Pesquisa divulgada essa semana mostrou que os jovens não estão satisfeitos com as escolas brasileiras. O descontentamento envolve aulas e material pedagógico e apenas um em cada dez estudantes de 13 a 21 anos diz estar satisfeito na avaliação desses quesitos.
A insatisfação com o atual cenário e com a forma como gestores conduzem a educação, aliadas a uma busca por maior participação, levou dezenas de jovens em várias cidades a ocuparem suas escolas.
O anúncio de uma reforma por meio de medida provisória foi vista como uma imposição a quem está na ponta: “Acho bastante preocupante e um retrocesso uma reforma ser feita dessa forma”, diz Luiz Felipe Costa, de 19 anos, estudante do 3º ano, da Escola Estadual de Ensino Médio Arnulpho Mattos, no Espírito Santo, que participou das ocupações no estado.
“Hoje o ensino médio é velho e falido, não contempla os estudantes. Eu acho importante fazer uma reforma, mas isso deveria ser amplamente debatido”, acrescenta.
Decisão difícil
A MP torna a carga horária mais flexível e dá maior autonomia aos estados para decidirem a organização da rede. De acordo com a medida, 1,2 mil horas, metade do tempo total do ensino médio, serão destinadas ao conteúdo obrigatório definido pela Base Nacional Comum Curricular, que ainda será discutida.
No restante da formação, os alunos poderão escolher seguir cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas – modelo usado também na divisão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – e formação técnica e profissional.
Para Cecília, 16 anos, estudante do 2º ano do Centro Educacional Sigma, escola particular de Brasília, decidir que ênfase se quer dar aos estudos pode ser difícil para estudantes ainda em formação. “Eu sou muito indecisa, imagina ter que decidir isso. Não gostei da proposta”, diz.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ministério da Educação capacitará 310 mil alfabetizadores em todo o Brasil

Governo federal reformula o ensino médio

22/09/2016 - 18:56 - O governo federal anunciou hoje o novo modelo do ensino médio, que prevê ampliação da carga horária, implementação da escola integral e flexibilidade do currículo. Presidente Michel Temer esteve no evento e afirmou que esta reformulação ajudará no desenvolvimento do aluno de forma individualizada. 

Alunos e professores opinam sobre novo modelo do ensino médio

22/09/2016 - 18:24 - Equipe da Voz do Brasil até uma escola Brasília conversar com alunos e professores do ensino médio pra saber a opinião deles sobre as mudanças propostas para a educação. Vamos ouvir! 

Programa Brasil Alfabetizado terá 250 mil vagas em 2017

22/09/2016 - 18:21 - Ministério da Educação ampliará o Programa Brasil Alfabetizado - serão 250 mil vagas disponíveis em 2017. 

Ministério da Educação capacitará 310 mil alfabetizadores em todo o Brasil

22/09/2016 - 18:21 - O Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) está sendo reformulado, com a capacitação de mais de 300 mil alfabetizadores de todo o país. 

O que os estudantes estão achando da reforma?

Discurso do presidente Temer no lançamento do Novo Ensino Médio, Escolas em Tempo Integral

Entenda as mudanças da reforma do ensino médio

O governo editou medida provisória que muda o modelo do ensino médio.

Grãos de areia vistos de um microscópio